BRASIL, A HIST�RIA ATR�VES DA NUMISM�TICA.

 

 

 

Autor: Henrique Corr�a Lopes�

 

 

RESUMO

 

 

 

Este artigo pretende demonstrar ao leitor o mundo fant�stico e espetacular que existe em volta do papel moeda ou de uma simples moeda, no contexto hist�rico e n�o apenas como um hobby. A inten��o � de divulgar o colecionismo como um dos instrumentos mediadores do meio hist�rico, compartilhando os diversos tempos que carregam a numism�tica e a hist�ria de cada �poca de uma determinada na��o, sua pol�tica e sua economia.

Levando consigo fatos, personagens e datas marcantes, al�m de suas informa��es, a beleza visual que uma c�dula carrega.

 

 

 

PALAVRAS CHAVE: HIST�RIA, NUMISM�TICA, COLECIONISMO.

 

 

 

 

 

 


�Acad�mico do curso de Hist�ria � Licenciatura Plena � UNICRUZ

 

 

 

 

 

ABSTRACT

 

 

 

 

 

 

 

BRAZIL, HISTORY THROUGH THE NUMISMATICS.

 

 

 

Author: Henrique Corr�a Lopes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

����������� This article intends to not only demonstrate to the reader the fantastic and spectacular world that exists in return of the paper currency or a simple currency, in the historical context and as one hobby. The intention is to divulge the colecionismo as one of the mediating instruments of the half description, sharing the diverse times that load the numismatics and the history of each time of one determined nation, its politics and its economy. Leading I obtain marcantes facts, personages and dates, beyond its information, the visual beauty that a ballot loads.

 

 

 

 

 

 

 

 

WORDS KEY: HISTORY, NUMISMATICS, COLECIONISMO.

 

 

 

 

BRASIL, A HIST�RIA ATR�VES DA NUMISM�TICA.

 

 

����������� No dicion�rio, numism�tica refere-se ao estudo das moedas e medalh�es, mas essa discri��o � apenas no dicion�rio pois na verdade atrav�s da numism�tica � poss�vel conhecer as origens de um pa�s, seu passado e seu presente, suas principais caracter�sticas, personalidades que marcaram de alguma maneira esse povo, suas tradi��es, ou seja, tudo aquilo que lhe transforma em uma na��o independente tanto de sua situa��o pol�tica e econ�mica.

Pesquisando um simples papel moeda, muito conhecido como c�dula ou at� mesmo uma nota, saber� muito de sua hist�ria. Nessa pesquisa n�o ser� somente na �rea da Hist�ria, pois ser�o necess�rias outras �reas de estudo como a religi�o, geografia, pol�tica, economia.

Em muitos casos o conhecimento da her�ldica � considerado uma pe�a fundamental para redescobrir novas informa��es, analisando e pesquisando n�o s� a cunhagem2, mas o povo que ela pertencia, conhecendo o seu passado poder� dessa forma trazer maior conhecimento para o presente. Conforme cita��o de COSTILHES:

 

Toda moeda � portanto um documento hist�rico, como uma inscri��o numa pedra ou num pergaminho antigo, que � preciso saber decifrar para descobrir tudo o que ele pode revelar sobre a realidade do mundo em que foi produzido. (1985, p.8).

 

A numism�tica atual n�o est� baseada somente ao seu estudo, mas ao seu colecionismo, pois � inevit�vel tal liga��o, � instigante a id�ia de pesquisar, ler e investigar esse maravilhoso mundo e possuir algum exemplar, ou seja, ter ao seu lado a prova material de uma jornada, gratificante em todos os casos e aventureira em alguns.

Aventureira sim, pois alguns exemplares s�o muito dif�ceis de conseguir, outros praticamente imposs�veis, mas nada que se compare � magn�fica sensa��o de buscar e explorar a numism�tica e o colecionismo.

����������� Desde os prim�rdios da civiliza��o j� existia o sistema de troca de mercadorias, alimentos, vestu�rio, etc. Mas com o passar do tempo come�aram a surgir novas formas de barganha, ou melhor, de compra e juntamente com isso a riqueza.

����������� Surgiram as primeiras moedas, cunhadas apenas para simbolizar um imp�rio ou um l�der, mas que conseguiram atingir um objetivo muito maior, o poder, o controle sobre outros.

����������� Serviram como moeda dentro de um territ�rio, cunhados por um rei ou imperador, com sua face cunhada, e com o passar do tempo foi ultrapassando limites e fronteiras, pois como eram produzidas em ouro, eram facilmente derretidas e negociadas como outro tipo de moeda, n�o existindo mais um padr�o apenas a necessidade de pes�-las.

����������� Muitas dessas moedas est�o espalhadas, em todo o lugar h� algum indicio delas, em poder de colecionadores, ou conservadas por particulares, por esquecimento ou por curiosidade, tanto a moeda como as c�dulas s�o bonitas pela apar�ncia, sua forma ou cor utilizada.

As moedas expressam a arte do momento em que foram cunhadas e s�o verdadeiras obras de arte, embora o seu pequeno tamanho prejudique a observa��o direta sem ajuda de uma lente; as amplia��es fotogr�ficas t�m contribu�do muito para a sua aprecia��o e divulga��o (COSTILHES, 1985. p.67)

 

����������� Principalmente as moedas, pois como em grande maioria � composta por metais, � f�cil a sua conserva��o diferente do papel moeda. No contexto hist�rico � muito utilizada para identificar povos ou civiliza��es em v�rias escava��es arqueol�gicas, podendo identificar longos per�odos ou at� mesmo per�odo de curta dura��o.

����������� H� mais de 2000 anos surgiu como um novo padr�o o Dracma, abrangia toda a Gr�cia e a regi�o do Oriente M�dio, em um dos lados trazia a ef�gie de um deus ou governante e do outro lado seus feitos ou passagens daquele determinado povo.

����������� Moedas e c�dulas das mais variadas formas, tamanhos e materiais utilizados para a sua produ��o (pl�stico, ouro, prata, bronze, n�quel, a�o inox, bi met�licas, etc.) que atingem nos dias atuais dimens�es globais, por v�rias cota��es diferentes mas que dominam o mercado, economias baseadas por moedas estrangeiras, que possuem poder de compra e venda maior do que muitas na��es, citando o d�lar americano e o Euro.

����������� Na antiguidade muitos guardavam seus objetos de ouro e prata com um ourives que em troca lhe entregava um recibo, que passou a ser adotado por muitos como um papel moeda.

����������� Durante uma exposi��o de c�dulas nacionais foi notado o interesse pela popula��o local em lembrar do passado, era inevit�vel para aqueles que transitavam na �rea de exposi��o n�o lembrar de algo, sua inf�ncia, um ente querido, um momento qualquer de sua vida. Cabe salientar que muitos ainda carregam consigo alguma c�dula ou moeda como recorda��o, sem saber o valor dessa escolha, por n�o ter interesse em seu valor atual como pe�a de cole��o ou at� mesmo por raz�es sentimentais.

����������� Comprovando que a mem�ria ainda � uma importante aliada para a hist�ria, ou seja, quando essa � provocada consegue ainda render grandes informa��es, gerando novos conhecimentos o que constitui na forma��o de novas id�ias. S�o essas emo��es que contribuem para que o colecionador prossiga em sua busca por pe�as que ainda faltam em sua cole��o, novas pe�as para substituir aquelas que j� est�o mais desgastadas.

����������� Nessas exposi��es para a comunidade, podem ser mostradas as diferentes fases de nosso pa�s, a grafia utilizada em diferentes �pocas, mais precisamente no per�odo imperial, suas caracter�sticas pol�ticas e militares, personalidade, etc.

Citando como um exemplo o atual real, que traz no reverso de suas notas a preocupa��o com o meio ambiente em particular a fauna e no anverso a tradicional ef�gie da Rep�blica.

Tamb�m cabe salientar que as exposi��es auxiliam a informar a comunidade � import�ncia do cuidado em preservar as c�dulas, sua conserva��o � imprescind�vel para a circula��o e a utiliza��o como valor facial.

Portanto alguns cuidados devem ser observados:

        n�o rasgar;

        n�o rasurar;

        n�o amassar;

        n�o utilizar outros meios para unir as partes rasgadas.

        para os colecionadores, evitar o contato direto com as m�os e guarda-las sempre que poss�vel em folhas de PVC.

 

 

 

 

 

Assim como mostra os modelos abaixo:

 

 

Quando apresentar essas informa��es citadas e demonstradas, encaminhar as c�dulas danificadas para os estabelecimentos banc�rios para a troca com o usu�rio e sua incinera��o pelo Banco Central. Mas esses cuidados servem tamb�m para as moedas, como s�o constitu�das por v�rios tipos de metais, a oxida��o e a corros�o danificam a superf�cie da moeda.

Esses cuidados valem tanto para o colecionador como para o usu�rio normal, ou seja, do dia a dia. Para o colecionador as moedas devem obedecer alguns cuidados:

 

        serem limpas antes de serem guardadas,

        n�o misturar moedas de diferentes composi��es,

        guard�-las em envelopes comuns para moedas,

        utilizar uma flanela para evitar o contato com as m�os.

 

No Brasil chegaram junto com a coloniza��o portuguesa, moedas da coroa, cunhadas em ouro, mas que recebiam uma sobrecarga para indicar sua circula��o na nova col�nia e uma nova sobrecarga durantes as invas�es holandesas.

Durante as invas�es holandesas foram cunhadas as primeiras moedas com o nome Brasil, essas moedas de ouro e prata eram cunhadas de maneira artesanal, pois n�o havia meios pr�prios no per�odo das invas�es holandesas para a cunhagem convencional.

Moedas como o �vint�m�, �tost�o�, �cruzado�, �real espanhol�, �florins�, �soldos� come�aram a circular pela col�nia, em especial o real espanhol de prata que espalhou por todo o Brasil, criando um com�rcio estrangeiro pela Am�rica do Sul gra�as a circula��o dessa moeda em diferentes regi�es do Rio da Prata.

Em 1694 surgiu a primeira Casa da moeda, criada na Bahia por D. Pedro II, tinha a fun��o de recolher todas a moedas de ouro da col�nia e transforma-las em uma nova moeda provincial, no ano seguinte surgiria a pataca, era uma moeda de prata constitu�da por seis valores de r�is.Com o aumento na extra��o do ouro, novas moedas foram sendo criadas, novos processos de cunhagem tamb�m, como o dobr�o de 20.000 r�is, considerada uma das moedas de maior peso que circulou nesse per�odo.

Novas moedas cunhadas com a representa��o de D. Maria I, comemorativas a D. Jo�o VI e a coroa��o de D.Pedro I, todas em ouro dominariam o per�odo de 1777 at� 1822. Com a cria��o do Banco do Brasil em 1808 come�aram a ser cunhadas as primeiras moedas do Brasil independente, trocando o bras�o de armas de Portugal pelo do Imp�rio.

Em 1835 come�aram a circular pelo pa�s as primeiras c�dulas, fabricadas na Inglaterra, possu�am muitas varia��es em sua escrita o que dificulta as falsifica��es, com o passar do tempo as minas de ouro e prata j� estavam ficando escassas o que dificultava a extra��o desses metais, o que contribuiu para o aumento das emiss�es do papel moeda, como o pa�s era muito extenso, bancos particulares ou provinciais criaram as suas pr�prias c�dulas, surgindo dessa forma in�meras c�dulas de diferentes regi�es com valores iguais, mas estampas diferentes.

Com um grande numero de emiss�es de c�dulas de diferentes bancos, houve uma tentativa de uniformizar a circula��o do papel moeda, e em 1896 o Tesouro Nacional passou a ser o �nico a emitir c�dulas at� 1964 quando foi substitu�do pelo Banco Central.

 

Abaixo � mostra duas c�dulas de mesmo valor facial, mas com caracter�sticas, �rg�os impressores, pequenos detalhes na estampa e micro chancelas diferentes:

 

 

 

 

As falsifica��es s�o conhecidas desde o inicio, ou melhor, do surgimento da moeda, tanto do metal como do papel, conforme FRANCISCO/BENDER:

 

O grande poder de troca e o baixo custo de produ��o atra�ram falsificadores de papel-moeda desde a sua inven��o. Um dos casos mais famosos de fraude foram as c�dulas inglesas que os alem�es imprimiram durante a Segunda Guerra Mundial para desvalorizar a moeda do advers�rio. (2008.p.14)

 

 

Outras c�dulas podem apresentar pequenos erros de grafia, como � demonstrado abaixo.

 

 

O in�cio de uma cole��o:

 

Pode parecer f�cil iniciar uma cole��o, mas cuidados devem ser observados para que essa descontra��o como � chamada por muitos, n�o seja frustrante e de dura��o limitada, para n�o citar curta. Deve ser tra�ado inicialmente a meta que a cole��o ir� abranger, ou seja, que pa�s, observando sempre as poss�veis dificuldades que ir� enfrentar para conseguir exemplares, indiferente de novos ou usados, antigos ou atuais, pois n�o pode ser esquecido que todos os pa�ses t�m suas pr�prias cota��es, o que afetar� a aquisi��o por parte do colecionador de muitas c�dulas ou moedas.

Essa dificuldade em adquirir alguns exemplares pode ser facilitada momentaneamente, pois existem muitas lojas ou casas especializadas, associa��es e clubes numism�ticos que auxiliam tanto o novo colecionador como o experiente. Muitos sites de leil�es tamb�m possibilitam adquirir v�rios exemplares, e essa � a melhor op��o para o iniciante.

Para facilitar ao colecionador o ideal seria adquirir um catalogo o que evitaria a compra de algum material em duplicidade, o conhecimento de varia��es, cota��es de compra e venda etc.

Materiais para o manuseio de c�dulas e moedas, protetores, classificadores e auxiliares como revistas, artigos, participa��o em mostras e leil�es, que contribuem como instrumentos mediadores, que auxiliam com novas informa��es o que � imprescind�vel para a renova��o do conhecimento.

Moedas ou c�dulas, qual a melhor escolha? Essa � escolha mais dif�cil, portanto decidindo a qual rumo seguir cabe ainda escolher que tipo de cole��o, por sua durabilidade as moedas tem grande escolha entre os iniciantes, cabe salientar as divis�es que podem aparecer caso essa seja a op��o escolhida:

        moedas comemorativas,

        nacionais ou estrangeiras,

        tem�tica (fauna, flora, etc.),

        per�odos hist�ricos,

        metal utilizado na cunhagem (ouro,prata,bronze,etc.),

 

Vale ressaltar que as moedas n�o se desgastam com o tempo como as c�dulas, tem maior facilidade de encontrar e negociar, pois em muitos casos o seu pre�o de compra � mais acess�vel.

Seguindo para o lado do papel moeda as divis�es s�o iguais as da moeda, entretanto com outros obst�culos, sabendo que o papel tem suas limita��es com o passar do tempo, suas impress�es tamb�m s�o limitadas, mas em ambos os casos a dedica��o, paci�ncia s�o consideradas a combina��o perfeita para um bom colecionador.

 

Sistemas monet�rios nacionais:

R�is (Rs) at� 1942

Cruzeiro (Cr$) 1942 a 1967

Cruzeiro Novo (NCr$) 1967 a 1970

Cruzeiro (Cr$) 1970 a 1986

Cruzado (Cz$) 1986 a 1989

Cruzado Novo (NCz$) 1989 a 1990

Cruzeiro (Cr$) 1990 a 1993

Cruzeiro Real (CR$) 1993 a 1994

Real (R$) 1994 at� os dias atuais.

 

Estado de conserva��o (abrevia��es)

BC - Bem Conservada, ou seja, de circula��o normal, com sujeira, dobras, manchas, mas que n�o perde a visualiza��o da c�dula.

MBC � Muito Bem Conservada, pouco circulada, pode possuir algumas dobras ou sujeiras.

S � Soberba, quase sem circula��o, mas que pode conter uma leve dobradura banc�ria, em principio no meio da c�dula.

FE � Flor de Estampa. Nunca circulada, sem dobras, ou seja, nova em perfeito estado.

 

�rg�os Impressores

No decorrer da hist�ria do papel moeda nacional, alguns �rg�os foram encarregados da impress�o destas c�dulas, como por exemplo:

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

Banco Central do Brasil. Dinheiro no Brasil. 2� ed. Bras�lia: BCB, 2004.

 

COSTILHES, Alain Jean. O que � numism�tica. S�o Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

 

SOUZA, Dimas S. C�dulas Brasileiras. 6� edi��o. S�o Paulo. DNL, 1993.